SÃO LUÍS DO MARANHÃO - A SAGA
Os integrantes do PET Engenharia Elétrica, todos os anos, se preparam para um grande evento nacional muito importante na perspectiva do Programa de Educação Tutorial. São nestes eventos que PETs de todo o Brasil se encontram, trocam experiências e tem a oportunidade de dar voz a sua realidade local assim como seus anseios. Um dos pilares da pedagogia do PET é justamente a heterogeneidade dos saberes que o compõe. Esses eventos anuais vêm reforçar este ponto, através da transferência mútua de conhecimentos. A este evento, dá-se o nome de ENAPET, Encontro Nacioal dos Grupos PET. 2012 é, então, marcado pelo acontecimento deste encontro em sua décima sétima edição em São Luís no estado do Maranhão.
A viagem feita por vinte e três alunos do PET da UFMT, através de um ônibus fornecido pela UFMT, sendo, mais precisamente, cinco representantes do grupo PET Engenharia Elétrica tinha um destino certo: São Luís do Maranhão. Esta foi bem cansativa e desafiadora, daí o uso do termo "A SAGA" na titulação. Para se ter uma ideia do tamanho da peleja, a distância média entre São Luís e Cuiabá é de 2660 Km, seria o mesmo que ir e voltar de uma trave a outra do gramado do Maracanã 12090 vezes. Mas imagine isso com muito buraco, um bom bocado de mau cheiro e uma boa pitada de medo. Este estado afetivo suscitado pela consciência do perigo não é para menos, tendo em vista que as vias revelam alta periculosidade, principalmente em certas áreas indígenas onde ladrões oportunistas aproveitam-se da falta de assistência pública para realizar seus roubos e culpar os índios que lá residem. Inoportunamente e não raro, o mau cheiro irrompia o ar conferindo ao ambiente um peculiar cheiro de putrefação. Pobre daqueles que no ônibus dormiam ou tentavam, pois seus sonos estavam sob a mira de uma série de fatores que somados tornava essa solene atividade em algo cada vez mais intangível por causa do cansaço. Em alguns trechos, principalmente a partir de Tocantins, os postos de gasolina e conveniências apresentavam-se distante uns dos outros e a higiene, em geral, é tenebrosa. Pela noite, o percurso era fantasmagórico com pouquíssimas pessoas circulando, até os animais pareciam não se arriscar. Quarenta e oito horas foi o tempo que os Petianos levaram para chegar ao seu destino. Ao todo, ida e volta, foram quatro dias nestas condições.
No entanto, não se pode negar que a viagem foi muito excitante. Apesar de todos os problemas, que já são bem conhecidos pela maioria das pessoas que vivem nesse país, todos os integrantes dessa "corrida maluca" souberam contornar as inevitáveis situações desagradáveis e se divertir com elas. Ao final, indiretamente, o encontro fez seu papel agregador ainda no próprio processo de locomoção de seus participantes. Como em uma equipe, o cuidar e o ajudar se sobressaíram. Muitas amizades foram feitas com pessoas tão próximas e ao mesmo tempo desconhecidas devido à falta de oportunidades, como é o caso dos grupos PET na UFMT. Outras, ainda, apareceram em horas inesperadas com pessoas maravilhosas que nunca se imaginava conhecer oriundas de locais bem distantes de Mato Grosso. De presente, se ganha, ainda, a cidade de São Luís e toda a sua cultura. Claro que a cidade possui problemas graves, mas não se pode generalizar. Partindo dessa premissa, os Petianos estão ansiosos para o próximo encontro do ano vindouro e agradece a todos que participaram direta ou indiretamente. Novas histórias serão tecidas e aqui apresentadas. Até lá!